Desde 2012 quando comecei a trabalhar com conteúdo corporativo em redes sociais a palavra engajamento faz parte do meu dia a dia. Afinal, todo conteúdo que gero para os clientes tem o foco na conversão. Porém, para converter precisamos atingir o tal do engajamento. Contudo, para converter precisa atingir a pessoa certa. Ou seja, mais que apenas engajar é preciso pensar em quem engajar. Portanto, para atingir o engajamento do público certo, do público-alvo, é necessário estratégia. Desta forma, pensar estrategicamente gerando o conteúdo focado no público-alvo.

Minha experiência para obter engajamento

Lá se vão 10 anos que eu venho criando conteúdo para redes sociais. Quase 20 anos de trabalho dedicados à comunicação. Em todo esse tempo o meu foco sempre foi divulgação de produtos ou serviços. O que mudou nesse tempo foi o público-alvo. Enquanto em assessoria de imprensa o foco é atingir jornalistas (e agora influenciadores) para que eles compartilhem o que quero, em marketing e redes sociais o foco já é o cliente final, usuário ou tomador de decisão. No entanto, em vários momentos na minha trajetória profissional eu desanimei. Principalmente quando trabalhando com redes sociais. Me sentia enxugando gelo.

Isso porque quase sempre tive a certeza de estar produzindo um conteúdo de acordo com a essência do cliente, atrativo para o público-alvo de interesse. Mesmo assim, muitas vezes não ganhavam o engajamento necessário. Então eu me pegava observando o que o público-alvo do cliente estava “vendo”.

Ao mesmo tempo que eu me sentia enxugando gelo eu me dava conta que a culpa é dos famosos algoritmos. Afinal, as redes sociais são empresas privadas e vivem de lucros. Por isso, não é vantagem para nenhuma delas que seu conteúdo “interessante, porém, comercial” apareça organicamente. Ela quer o seu dinheiro para faze o seu conteúdo aparecer.

O engajamento não vem (só) do conteúdo

Por outro lado, o conteúdo “vazio” viraliza. Temos uma enxurrada de influenciadores digitais hoje. Alguns focados em determinados segmentos, são notoriedades em suas áreas. Desses não tenho o que falar, pois passam conteúdo e ganham destaque sobre o que falam. Agora os influenciadores que ganham destaque por nada, não consigo explicar senão pensando naquele filme “Idiocracia”, as pessoas estão ficando idiotas.

Antes mesmo da febre das redes sociais pessoas aleatórias e aparentemente sem motivo ganhavam destaque e “engajamento”. Vamos pegar o exemplo Geisy Arruda. Não sei se todos os leitores vão lembrar, mas o que ela fez de “notório” para virar celebridade da noite para o dia foi ir de vestido curto para a faculdade. Todo o episódio é lamentável, se vivêssemos em uma sociedade que aceita o próximo como ele é sem julgar, essa moça teria tido mais um dia de aula com seu vestido rosa curto, e nunca teríamos ouvido falar dela. Mas ela foi ofendida pela faculdade toda. Começou a dar entrevistas. Foi seduzida pelas redes de televisão que queriam ganhar destaque com o sensacionalismo da época, fechou contrato com algumas, ganhou banho de loja e salão de beleza. Participou de reality e hoje é “repórter” de algum programa.

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Todavia, quero deixar claro que não tenho nada contra essa moça. Mas fico em choque de pensar que a sociedade deu destaque a ela como se ela tivesse feito algo realmente notório. Anos se passaram e outras celebridades, que agora atendem pelo nome de “influencers” ganharam engajamento. Algumas, repito, com merecimento por influenciarem pessoas com conteúdo que são especialistas. Porém, recentemente algumas pessoas ganham esse título, tal como Geisy Arruda, sem terem feito nada de realmente importante.

Fenômenos do engajamento

Se você não tem rede social não viu uma notícia (bizarra) que viralizou. “Personal Trainer espanca morador de rua que estava fazendo sexo com sua esposa”. A notícia por si sumiria do mapa em 2 ou 3 dias, porém, tal qual o fenômeno Geisy Arruda, o “Mendigo” virou celebridade e, pasmem, “influenciador”.

Obvio que o sujeito que até outro dia dormia na rua, ganhou um banho e um banho de loja e salão de beleza. Assinou com alguma agência de “influencers”, ganhou conta em várias redes sociais e está “influenciando” pessoas. Não sei quem é esse senhor o que ele fez de sua vida, porque parou na rua. Ele poderia estar falando sobre superação de ter vivido na rua e superado, dos altos e baixos da vida, etc.. Nesse caso, talvez, eu não estivesse tão indignada.

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Mas o sujeito está dando dicas de “como tratar uma mulher”. É tão surreal isso que eu nem tenho palavras para descrever o absurdo que esse mundo é. Acho que estamos no “Mundo invertido” proposto pela Marvel, só pode. E não acaba aí. Outra “influencer” que ganhou notoriedade apenas porque seu marido se matou, drogado e alucinando, pulando de uma varanda. Mas ai, ela virou a celebridade da “balada”. Dra. Deolane puxou briga com o “Mendigo” nas redes sociais. E, claro, isso viralizou, engajou.

Isso tudo é culpa do Mark, que permite que o algoritmo viraliza qualquer porcaria. Agora vou contar um “causo” que vi essa semana, sem tanto destaque, mas igualmente bizarro. Conheci uma pessoa que trabalha com conteúdo para redes sociais e se intitula “o rei do engajamento”. Porém, segundo ele, estava cumprindo suspenção de sua conta no instagram de 90 dias. Minha pergunta é “porque”. Sua resposta: “Fiz uma live com um amigo meu, cadeirante, e pedi pras pessoas fazerem um pix de 100 reais pra minha conta para derrubá-lo da cadeira”.

Para concluir, quero deixar a pergunta do título: Vale qualquer coisa para obter o engajamento? Ou queremos realmente ter alma no nosso conteúdo e, assim, engajar?

Carol Capuano – AgLamparina – Iluminando o Caminho para o Seu Sucesso.