Quando me pediram para escrever esse texto, achei que não tinha nenhuma relevância para o dia, afinal, não sou ninguém de importante. A data de hoje, dia Internacional da Mulher, é de relevância para a mulher. Uma data de lembrança, de lutas e de percepção de que há muito ainda a se fazer para obtermos equidade entre homens e mulheres. Mas percebi que estava deixando minha autoestima, que sempre foi baixa, falar por mim.

Quem sou eu?

Sou uma mulher de 40 anos, com pelo menos 15 deles trabalhando com comunicação. Formada em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo, me especializei em Jornalismo Cultural, Econômico e Político. Sempre fui apaixonada por política e pela justiça, entendendo que é através da ciência política que podemos promover justiça e transformações nas vidas das pessoas. Por isso, até cheguei a ingressar no curso de direito, já com 36 anos de idade.

Mas a comunicação já corria nas minhas veias e descobri que no fundo, o direito não é tão justo.

Trabalhei desde os 22 anos de idade com comunicação e especialmente com marketing. Atuei em assessoria de imprensa, grandes e pequenas lojas virtuais, agência de inovação, marketing de varejo, empresa de pesquisa de mercado e atualmente me dedico a iluminar o caminho nebuloso da comunicação para pequenos e médios empreendedores e profissionais liberais conduzindo a equipe aqui na AgLamparina.

Superação!

Quem lê isso aí, parece que sempre foi fácil. Mas não foi. Não sou apenas a profissão. Aliás, entendo que minha bagagem pessoal é o que me qualifica para atuar de forma tão empática na comunicação das empresas, sabendo me colocar no lugar do receptor, entendo melhor qual a mensagem.

Quando adolescente queria ingressar no colegial magistério, em ser professora, sempre adorei crianças. Mas dentro de casa o preconceito foi maior “não quero filha pobre”. Era uma família extremamente machista, sempre ouvi frases do tipo “prendam suas cabritas que meu bode está solto, minha cabrita prendo eu”, quando eu reclamava que meu irmão, dois anos mais jovem, podia voltar mais tarde que eu.

Aos 21 anos perdi minha mãe. Meu pai, que saiu de casa quando eu tinha 3 anos, sempre foi ausente. Me vi morando sozinha e cuidando de mim mesma muito cedo. Levei muitas rasteiras da vida, mas sempre busquei aprender algo com as situações. Reconheço que sou um ser em constante transformação, porque estou sempre buscando instrumentos de auto melhora, e isso interfere na comunicação.

Tenho paz de ser quem eu sou, de estar onde estou. Mas isso não quer dizer que não quero mais. O que move o mundo é o desejo de mudanças. Reconheço que a comunicação tem o poder de transformação até maior do que a justiça. Assim como a cultura e a política, a comunicação educa, informa, atualiza. Aliás, reconheço que tudo está intrinsecamente ligado. Precisamos nos comunicar pois isso é cultural.